Empregos em grandes redações estão acabando. E daí?
E daí que as mídias nativas digitais estão nascendo e crescendo como a nova fronteira do jornalismo hoje. Mas não basta uma boa ideia. É preciso estar preparado para criar uma startup sustentável
OIá. Meu nome é Gilberto Scofield Jr., tenho 36 anos de mercado jornalístico (incluindo cinco como correspondente estrangeiro em Pequim, na China, e dois em Washington D.C., nos EUA, pelo jornal O Globo), trabalho como consultor de educação da Lupa, o maior hub de combate à desinformação do Brasil, e faço trabalhos em comunicação corporativa, institucional e audiovisual, além de possuir um MBA em marketing digital pela FGV. Enfim, sou um sobrevivente. Ano passado, defendi meu projeto de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Mídias Criativas (PPGMC) na Escola de Comunicação da UFRJ chamado “CIBERJORNALISMO EMPREENDEDOR: CRIAÇÃO E SUSTENTABILIDADE DE MÍDIAS NATIVAS DIGITAIS". Estou neste momento transformando-o em livro e, no resumo, explico mais ou menos assim o meu objetivo com o trabalho:
"Optei por uma pesquisa aplicada justamente pelo caráter ainda inovador, mutante e em desenvolvimento das iniciativas empreendedoras digitais, cuja metodologia encontra-se em plena construção. Um work in progress, como dizem alguns especialistas nos EUA e Europa ouvidos e consultados para este trabalho e que já tentam construir uma metodologia e até mesmo uma disciplina acadêmica sobre o tema, como discutiremos mais tarde. O propósito é gerar conhecimento para aplicação prática e imediata, dirigido à solução de problemas específicos envolvendo quem busca pensar e executar novas plataformas de mídia digital no Brasil hoje. Esta pesquisa reúne experiências - bem e mal sucedidas em empreendedorismo digital - levando em consideração centenas de alunos de Comunicação e profissionais da área demitidos de grandes empresas de Jornalismo ou Publicidade que hoje buscam os seus próprios caminhos profissionais sem as referências de grandes e tradicionais redações ou agências. Na falta de redações e postos tradicionais em criação e design de anúncios, como garantir sustento e viabilidade de negócios próprios, permitindo que cresçam, gerem emprego, renda e riqueza? Este trabalho é uma pequena contribuição para a organização e sistematização de uma realidade de prática de negócios digitais e jornalísticos que já está acontecendo no Brasil e no mundo, mas precisa encontrar melhores perspectivas e oportunidades de realização e, uma vez criados, de sustentabilidade e crescimento".
E o que a gente vai conversar nessa newsletter quinzenal? Vamos falar sobre uma variedade de assuntos, incluindo como construir uma marca de mídia forte, como criar um plano de negócios, como financiar seu projeto (tirando ele do papel e mantendo-o vivo no dia a dia dos negócios), como lidar com questões legais e regulatórias, como gerar receita através de todas as fontes de renda que o digital permite gerar, como transformar as métricas numa bússola para sua expansão e como criar uma estratégia eficaz de marketing digital. Entre outras toneladas de temas, claro.
E por que eu escolhi esse caminho? Primeiro, porque pude acompanhar o trabalho da querida Cristina Tardáguila na concepção e execução de um site de comunicação digital - um hub de combate à desinformação -, a Lupa, pelo menos desde que fui membro do seu conselho editorial em 2017. Ali, percebi que colocar um empreendimento de mídia digital do nada é uma tarefa que exige bem mais do que vontade e compreensão do fazer jornalístico.
Segundo, porque o modelo de receita dos veículos tradicionais de mídia, baseado em anúncios (90%) e assinaturas (10%), entrou em crise depois da emergência digital, mandando para a fila do seguro desemprego milhares de profissionais. O emprego confortável com carteira assinada em redações ou agências é uma realidade cada vez mais distante.
Por fim, acredito que o futuro do jornalismo é o empreendedorismo, mas para isso, o jornalista precisa de muito mais que uma ideia genial ou escrever bem. São precisos conselhos práticos e estar atento ao que se faz aqui e no mundo em termos de conteúdo noticioso digital. Nosso objetivo é ajudar a incentivar e apoiar jornalistas que desejam criar suas próprias oportunidades no setor de mídia e contribuir para a evolução do jornalismo empreendedor. Se você está procurando informações úteis e práticas sobre jornalismo empreendedor, este é o lugar certo para você.
Super concordando com a colocação da Mestra Soninha Azevedo.
Sugestão, cria um podcast rsrsrs "Inpreender". Te confesso que resisti um pouquinho, mas agora aderi geral...
Certeza q vc terá muitos ouvintes.
Adorei a iniciativa e vou beber dessa fonte pra colocar em prática na minha empresa de treinamentos em Comunicação Corporativa. Parabéns!!!